Em uma análise pioneira sobre o impacto ambiental das práticas organizacionais, a Guardian mergulhou profundamente na medição do seu footprint de biodiversidade. Ao lado de pesquisadores da Universidade de Oxford, o jornal explorou todas as facetas de suas atividades diárias, desde a produção de seus impressos e plataformas digitais até a operação de seus espaços de trabalho, abordando questões que vão além das emissões de carbono e adentrando o complexo domínio dos impactos na natureza.
A avaliação da biodiversidade confronta-se com um desafio singular: ao contrário das emissões de carbono, não há um único “norte” que direcione a mensuração dos impactos na natureza. Os ecologistas concordam na urgência da ação, mesmo que haja desacordo sobre os métodos de medição. Os impactos avaliados incluem exaustão e poluição da água, poluição do ar, perda de espécies devido a alterações no uso da terra, como a desflorestação. Não obstante, foi possível seguir metodologias sugeridas por uma análise publicada na revista Nature para conceber um estudo abrangente.
O estudo conduzido pela consultoria Wild Business investigou as implicações da produção dos jornais Guardian e Observer, seus produtos digitais, a operação dos escritórios, TI, viagens de negócios e refreshments das cantinas. Evidenciou-se que a principal fonte de impacto na biodiversidade provinha da produção do jornal, representando 68% do total. Dentre os principais fatores destaques estão as emissões de gases de efeito estufa, o uso da água e a poluição dessa, vindas do processo de fabricação do papel, além do impacto das tintas e das placas de alumínio utilizadas na impressão.
Constatou-se também que os impactos na natureza do Guardian são relativamente modestos em comparação com outras organizações analisadas, com a pegada de biodiversidade do jornal sendo apenas 10% do tamanho observado na Universidade de Oxford. Há, contudo, desafios relacionados com a novidade do campo e as deficiências nos dados fornecidos pelos fornecedores, dificultando um diagnóstico completo.
A partir das informações coletadas, a Guardian está integrando considerações de biodiversidade ao seu plano de redução de emissões. No entanto, a organização ainda não está pronta para definir uma meta definitiva para reduzir seu impacto sobre a natureza, já que as medições podem evoluir significativamente nos próximos anos.
Conclusivamente, este exercício de responsabilidade ambiental e transparência é destacado não apenas pelas descobertas, mas também pela iniciativa da Guardian de construir um precedente para outras organizações interessadas em alinhar negócios com sustentabilidade e a salvaguarda da biodiversidade.