Projetando cidades para o clima do século 21.

Em um estudo pioneiro que pode redefinir o planejamento urbano para o futuro, pesquisadores da University of Delaware confirmaram que o desenho e disposição dos espaços nas cidades têm um potencial significativo para mitigar as exposições da população a extremos climáticos. Nesta investigação, vitais contribuições foram feitas para entender como as mudanças na terra urbana e na população podem influenciar a vulnerabilidade a fenômenos climáticos extremos até o fim do século XXI.

Com a crescente frequência dos extremos climáticos, como ondas de calor e chuvas torrenciais, prevê-se que a resiliência climática urbana seja um aspecto crítico na gestão das cidades, onde atualmente 83% da população dos Estados Unidos se concentra. Este número tende a aumentar, colocando muitas vidas em risco, como exemplificado pela inundação relâmpago devastadora em Nova York em setembro passado.

O modelo preditivo de crescimento urbano, desenvolvido pela pesquisadora Jing Gao, da University of Delaware, analisou como essa expansão afetará a exposição a eventos climáticos extremos. A equipe de pesquisa considerou várias condições urbanas e climáticas ao longo do país para estimar como os padrões de desenvolvimento urbano podem impactar tais fenômenos.

O estudo revelou que um fator-chave na redução dos riscos associados a extremos climáticos é a organização espacial da cidade, ou seja, o padrão de uso da terra urbana. Este resultado sugere que a configuração e integração de construções com o ambiente natural circundante assumem um papel mais decisivo do que o tamanho da cidade em si. Tal achado contrasta com percepções comuns que quase exclusivamente focam em limitar o desenvolvimento do solo urbano.

Os pesquisadores agora planejam identificar características específicas na disposição espacial urbana que potencializem a resiliência a futuros extremos climáticos. A busca é por padrões de desenvolvimento que promovam uma gestão sustentável e resistentes às mudanças climáticas, variáveis de região para região e ao longo do tempo, em resposta às transformações climáticas. A comparação entre cidades secas como Phoenix e úmidas como New Orleans exemplifica bem a diversidade regional a ser considerada.

Este trabalho inovador pode oferecer insights valiosos para aprimorar os esforços de planejamento e design urbano, influenciando o bem-estar social e ambiental em grande escala. A partir desses resultados, espera-se que entidades decisoras sejam munidas de orientações viáveis para conceber áreas urbanas que salvaguardem a população contra os extremos do clima, enquanto coexistem harmoniosamente com seus ambientes naturais.


Fonte: https://www.sciencedaily.com/releases/2023/11/231110141406.htm

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