Paredes biobased feitas de sabugos de milho são recicláveis e biodegradáveis no final de sua vida útil.

Em uma inovação que responde pelo nome de CornWall, paredes biobaseadas feitas a partir de sabugos de milho prometem revolucionar o setor de construção civil em termos de sustentabilidade e práticas circulares. Esse avanço é uma colaboração entre a empresa de materiais StoneCycling e a consultoria Circular Matters, trazendo um enfoque no aproveitamento de resíduos agroindustriais para o desenvolvimento de paredes interiores e revestimentos de móveis recicláveis e biodegradáveis ao final de sua vida útil.

O pulverizado de sabugos de milho, caracterizado como um subproduto pós-colheita na Europa Ocidental, serve como matéria-prima para a produção das paredes CornWall. A opção por esse material destaca-se por ser uma alternativa mais consciente em termos de ecoeficiência quando comparada às paredes cerâmicas ou a outros materiais compósitos menos sustentáveis, como o HPL, visto que o material base da CornWall absorve dióxido de carbono da atmosfera durante o crescimento do milho.

A produção do CornWall ocorre em uma oficina protegida em Antuérpia, Bélgica, onde a equipe utiliza um processo de prensagem para transformar os núcleos orgânicos dos sabugos de milho em paredes reutilizáveis. Esse processo inclui o aquecimento do biomaterial a cerca de 150 graus Celsius, ativando os polímeros presentes na biomassa e criando fortes ligações. Notavelmente, o aquecimento é realizado usando eletricidade proveniente principalmente de painéis solares instalados na cobertura da fábrica, sem uso de combustíveis fósseis.

A CornWall está lançando sua coleção base dirigida pelo Studio Nina van Bart, que inclui uma textura, oito cores e dois tamanhos, com planos de introduzir mais texturas no futuro. Além disso, existem possibilidades de criar opções personalizadas para pedidos maiores. Vale ressaltar que os produtos CornWall são projetados para serem reciclados no fim da vida útil, com um plano de reciclagem sendo delineado para que os produtos possam ser moídos e convertidos 100% em novos produtos.

Esta inovação não apenas captura carbono durante a sua produção, mas também o retém a longo prazo, definindo-o como um produto positivo para o clima. Além disso, o CornWall é concebido para ser retirado das paredes com facilidade e recolocado em outro espaço ou produto na casa, promovendo a ética de uma economia circular. A sustentabilidade do CornWall vai além, pois o mesmo é projetado para não ter um fim de vida fixo, podendo ser tanto biodegradável quanto 100% reciclado, reafirmando a visão de que cada material possui um potencial inexplorado para a inovação verde.


Fonte: https://www.designboom.com/design/cornwall-discarded-corn-cobs-upcycle-reusable-walls-carbon-dioxide-stonecycling-circular-matters-11-24-2023/

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