O renascimento dos bioplásticos vem marcando o ano de 2023, representando uma mudança substancial em relação às tendências de produtos biossustentáveis do ano anterior. Após o foco em texteis veganos e renováveis, observa-se um retorno significativo para a área de embalagens e bioplásticos, impulsionado por investimentos em uma nova geração desses materiais, que buscam solucionar os desafios ambientais associados às versões anteriores.
Destacam-se, neste cenário, inovações como os plásticos autodestrutivos da startup Polymateria. Com um aporte de £20 milhões obtidos em maio, a empresa pretende introduzir no mercado uma tecnologia química que desencadeia a decomposição segura do plástico de uso único assim que este entra em contato com o ambiente natural. Com o investimento liderado por ABC Impact e Indorama Ventures, a Polymateria, originada da Imperial College London, propõe uma solução onde o plástico se transforma em ‘bio-cera’ sob condições naturais, culminando numa substância ecologicamente segura.
Outra inovação apontada é da startup Multus, que recebeu $9.5 milhões para desenvolver mídias de crescimento microbiano, um recurso crítico na fabricação de proteínas fermentadas alternativas. O intuito é baratear a produção de carnes cultivadas – uma frente promissora de proteínas veganas obtidas por meio da fermentação microbiana de materiais brutos. A parceria com a empresa de inteligência artificial New Wave Biotech visa otimizar essas fórmulas para a indústria de agricultura celular.
No segmento de materiais biocirculares, a startup alemã traceless arrecadou €36.6 milhões para sua planta industrial dedicada a um material totalmente baseado em bio e compostável em condições domésticas. Além de sua decomposição eficiente, o material produzido pela traceless oferece flexibilidade de aplicações e é desenvolvido a partir de subprodutos da agricultura, diminuindo a pressão sobre recursos e emissões.
Os óleos de algas também estão ganhando espaço com o fortalecimento do interesse dos investidores em feedstocks sustentáveis. Checkerspot, uma empresa dos EUA que desenvolve produtos a partir de microalgas, captou $55 milhões em financiamento. A empresa volta sua atenção não para embalagens, mas para a indústria de vestuário outdoor, com materiais produzidos a partir de óleos de microalgas que oferecem uma alternativa livre de petroquímicos para essa fatia de mercado.
Concluindo, a classe de bioplásticos de 2023 destaca-se não somente pela competição com os petroquímicos, mas também por uma fortaleza ambiental comprovada contra plásticos biobaseados menos conscientes. Tais iniciativas refletem um avanço rumo a produtos que se prestam a ser processados, reutilizados ou compostados sem deixar resíduos tóxicos, evidenciando a crescente demanda por sustentabilidade que vai além do simples uso de matérias-primas renováveis.
Fonte: https://worldbiomarketinsights.com/the-return-of-bioplastics-in-2023/