Mapeamento do desmatamento na Amazônia

A Amazônia brasileira enfrentou um grave impacto ambiental entre agosto de 2021 e julho de 2022, com uma área equivalente à dimensão da cidade de Belém sendo afetada pela exploração ilegal de madeira. Dados obtidos por meio de mapeamento via satélite revelam que, do total de 394 mil hectares de floresta afetados, expressivos 106 mil hectares foram explorados ilegalmente. Este cenário é ainda mais agravante ao considerar que aproximadamente 20% deste desmatamento ocorreu em terras indígenas, áreas essenciais para a conservação da biodiversidade e da cultura local.

Este mapeamento, realizado pelo Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex), mostra um aumento de 45% na exploração madeireira na Amazônia em comparação com o período anterior. O estado do Mato Grosso liderou essas estatísticas, dominando a medição com uma área significativa afetada. Isto destaca a necessidade urgente de políticas mais eficazes e fiscalização aprimorada para combater a exploração ilegal de recursos naturais em uma das regiões mais biodiversas do mundo.

A análise da legalidade mostra que, do total da área de extração de madeira, 73% (288.140 hectares) foram explorados mediante autorização de exploração florestal emitida pelos órgãos competentes, enquanto os 27% restantes (106.477 hectares) foram explorados de forma não autorizada. Esse elevado percentual de exploração não autorizada ressalta as lacunas existentes nas medidas de proteção ambiental e o desafio contínuo de garantir uma gestão sustentável dos recursos florestais.

Além disso, a exploração madeireira não autorizada foi principalmente detectada em imóveis rurais cadastrados, seguida das terras indígenas, onde ocorreu 19,46% do total. A situação nas terras indígenas é particularmente preocupante, considerando sua importância cultural e ecológica, e a necessidade de proteção dos direitos dos povos indígenas.

A situação evidencia uma crise ambiental e social que vai além da perda de biodiversidade. Afeta diretamente as comunidades locais, incluindo populações indígenas, e contribui para o agravamento das mudanças climáticas. O relatório serve como um chamado urgente para ação e reforma nas políticas de gestão ambiental, destacando a importância do combate à exploração ilegal de recursos naturais para a preservação da Amazônia e de seu ecossistema único.

Conclusão

A situação na Amazônia reflete a necessidade crítica de ações coordenadas para proteger essa região vital. Isso inclui não apenas a aplicação rigorosa da lei, mas também o desenvolvimento de estratégias sustentáveis de manejo florestal que respeitem tanto o meio ambiente quanto os direitos das comunidades locais.

Fonte: Sistema de Monitoramento da
Exploração madeireira (Sismex)

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