O setor turístico brasileiro tem enfrentado desafios crescentes em função dos impactos das mudanças climáticas, conforme indica uma pesquisa recentemente divulgada pelo Ministério do Turismo. O estudo, realizado pelo Instituto de Pesquisa de Reputação e Imagem (IRPI), mostra que 27% da população já cancelou viagens de lazer devido a eventos climáticos severos. Além disso, 63% dos brasileiros entendem que tais alterações no clima têm efeitos negativos sobre o turismo, um dos principais pilares da economia em várias regiões.
A correlação entre fenômenos climáticos extremos e prejuízos ao turismo já tem exemplos concretos como o ocorrido na Barra do Sahy, litoral norte de São Paulo, onde chuvas torrenciais não somente provocaram perdas humanas e danos materiais, como também afetaram significativamente a renda de comerciantes e empresários do ramo turístico da região, famosa por suas belezas naturais.
A situação é corroborada por cientistas do Instituto do Mar da Unifesp, que apontam um aumento de temperaturas extremas e variações térmicas ao longo do tempo, uma tendência observada principalmente no Sul e Sudeste do país. Cabe ressaltar que cenário semelhante é encontrado em diversas partes do globo, onde eventos como enchentes, ciclones e ondas de calor se tornam cada vez mais comuns, alimentando as previsões de agravamento das mudanças climáticas.
Em contrapartida, o Brasil se prepara para sediar a COP 30 em 2025, na cidade de Belém, no Pará, evento que, de acordo com a opinião de 70% dos entrevistados, pode trazer benefícios significativos para o turismo local e nacional. O levantamento apontou ainda que grande parte dos participantes (69%) valoriza congressos e eventos relacionados à sustentabilidade e seu impacto positivo no turismo, superando até mesmo shows de artistas internacionais.
Este cenário reflete o interesse crescente por ecoturismo, que já foi destacado por 27% dos participantes como uma das principais motivações para viagens, indicando a busca por experiências mais harmonizadas com a natureza. O dado reitera a importância e o potencial de crescimento de práticas de turismo que respeitem e valorizem a preservação ambiental.