Governo lança eco invest brasil para incentivar investimentos verdes com capital estrangeiro

O governo brasileiro deu um passo significativo na busca por soluções econômicas verdes ao lançar o programa Eco Invest Brasil, uma iniciativa ambiciosa que visa catalisar a atração de capital estrangeiro privado para o financiamento de projetos sustentáveis no país. Com uma base financeira robusta de US$ 3 bilhões, provenientes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco Mundial, o objetivo é criar condições mais favoráveis para investimentos que acelerem a transição para uma economia de baixo carbono.

Este movimento chega em um momento crítico onde o país tenta superar barreiras que, historicamente, limitaram o aporte de capital privado em empreendimentos verdes. De forma reveladora, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, ressaltou a baixa participação do setor privado no financiamento destes projetos no Brasil, uma realidade que contrasta drasticamente com a de outras economias emergentes e desenvolvidas.

Instrumentos de proteção contrários à volatilidade cambial e linhas de crédito estão no cerne do Eco Invest Brasil, visando a redução do custo de capital e otimização do perfil de risco-retorno para investidores. O presidente do BID, Ilan Goldfajn, sustentou que o sucesso da iniciativa poderá servir de exemplo global, replicando um modelo que ataque frontalmente os dilemas da crise climática.

Dentre as ferramentas propostas, destaca-se uma variedade de opções de hedge cambial a custos acessíveis, sobretudo, pela utilização do rating ‘Triplo A’ do BID, que beneficia o Brasil na obtenção destas facilidades. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, elucidou que a instituição não incorrerá em riscos nesse processo, não utilizando recursos de seu balanço ou reservas internacionais.

Mais além, o programa almeja potencializar o Fundo Clima através de quatro novas linhas de crédito, cada uma voltada para pontos estratégicos no ciclo de vida dos projetos — da estruturação e enfrentamento de desafios de liquidez, até o fornecimento de proteções cambiais duradouras. As propostas abrangem áreas-chave como bioeconomia, transição energética e economia circular.

Os critérios para a seleção de projetos incluem a concordância com um plano de transformação ecológica e a conformidade com regras estabelecidas pelo Fundo Clima. Há uma expectativa de que os desembolsos anuais variem entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões, atendendo às exigências de uma taxonomia de ativos sustentáveis em fase de desenvolvimento.

Como forma de institucionalizar e regulamentar as linhas de crédito, uma medida provisória será emitida, conferindo à secretaria do Tesouro a gestão do processo de alocação dos recursos. Este novo mecanismo busca um mecanismo de governança robusta, garantindo tanto a verificação prévia dos projetos quanto o acompanhamento de seus impactos. Complementarmente, o governo britânico colabora com a iniciativa, providenciando os recursos necessários para a contratação de um serviço independente de verificação dos resultados do programa.


Fonte: https://capitalreset.uol.com.br/financas/investimentos/governo-cria-linhas-para-atrair-capital-estrangeiro-para-projetos-verdes-entenda/

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