O Fundo Clima, operado pelo BNDES, juntamente com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), estabeleceu uma parceria com o Ministério da Fazenda visando oferecer segurança em transações cambiais a investidores focados na agenda verde. Este termo refere-se ao Plano de Transformação Ecológica do governo, voltado para a aceleração do desenvolvimento sustentável.
Durante a COP-28, em Dubai, foi mencionado um potencial de mobilizar investimentos iniciais na ordem de US$ 3,4 bilhões, esperando-se que tal montante seja ampliado com o tempo. Instituições como o Banco Mundial e o NDB (o banco dos Brics) foram cogitadas para também contribuir para o fundo garantidor no futuro.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, evidenciou a engenharia financeira, comparando-a à utilizada no Pronampe, porém exclusiva para a agenda verde. Esta estratégia fortalece as garantias oferecidas aos bancos privados responsáveis por trazer os investidores deste setor, com o intuito de dividir os riscos inerentes ao seguro cambial e incentivar o mercado financeiro a investir a longo prazo no Brasil, na faixa de dez a vinte anos.
Um dos desafios reconhecidos é a proteção contra a volatilidade do dólar, especialmente para prazos superiores a dois anos. Para os projetos alinhados ao Plano de Transformação Ecológica, são necessárias garantias para cobrir os riscos cambiais, e neste sentido, o BNDES pode desempenhar um papel central na seleção desses projetos.
Entre os mecanismos de proteção cambial projetados, estão o swap cambial, para períodos de menor risco, linhas de crédito em moeda estrangeira para riscos intermediários, e mecanismos de cobertura para situações de alto risco cambial. Estes últimos funcionariam como um seguro, com o BID utilizando sua reputação e classificação de crédito para fomentar o mercado.
Esta complexa estrutura financeira busca estabilizar a entrada de capital estrangeiro no Brasil e fortalecer a bioeconomia, favorecendo projetos que vão desde o hidrogênio verde à reciclagem de materiais, passando por baterias de lítio e bioinsumos, fundamentais para a consolidação de uma economia sustentável e inovadora no cenário global.
Fonte: https://www.estadao.com.br/economia/fundo-bndes-seguro-cambial-agenda-verde/
