Estudo revela que 82% das espécies endêmicas da Mata Atlântica estão sob ameaça

Um cenário de crítica urgência para a Mata Atlântica foi delineado em detalhes por um recente estudo veiculado na revista científica Science. Revela-se que a icônica floresta brasileira, detentora de uma rica biodiversidade, está posto em xeque, com 82% das suas espécies endêmicas ameaçadas de extinção. O estudo, conduzido sob a liderança de Renato Lima, especialista ligado à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), reúne informações que ressoam como um sinal de alerta para a necessidade de políticas públicas eficazes contra o desmatamento.

A pesquisa abarcou um levantamento abrangente, consolidando dados outrora dispersos sobre a biologia, a ecologia e a utilização das espécies vegetais que compõem esse vasto bioma. Conforme o escopo do estudo, das mais de 5.000 espécies, entre árvores, palmeiras e samambaiaçus, um total de 65% enfrenta algum tipo de risco. Empregando critérios robustos da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a pesquisa emite um diagnóstico preocupante: a maioria das espécies endêmicas declinou populacionalmente, em mais de 30% nas últimas três gerações.

O relatório se revela como uma ponte para uma versão atualizada da Lista Vermelha, referente à conservação das espécies brasileiras, destacando a dramaticidade da situação de ícones da floresta, como o pau-brasil e a araucária. Os resultados suscitam uma reconfiguração das prioridades ambientais, uma vez que o bioma ainda está submetido às pressões da agropecuária, um vetor significativo na perda de vegetação nativa.

Embora não contemple o vetor do aquecimento global em seus cálculos, o estudo posiciona a Mata Atlântica como um hotspot de biodiversidade, o que demanda atenção redobrada nas estratégias de preservação neste momento de crise climática. No contexto mais amplo, a divulgação dos dados converte-se numa convocação para ação imediata, visando a estagnação do desmatamento e a garantia de um futuro resiliente para o bioma, parte integral do patrimônio natural do Brasil.


Fonte: https://veja.abril.com.br/agenda-verde/novo-estudo-de-folego-mostra-a-mata-atlantica-na-uti

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