O panorama verde brasileiro apresenta um potencial econômico promissor, com a possibilidade de movimentar aproximadamente R$ 1,3 trilhão até o ano de 2030, representando cerca de 12% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Um estudo recente da Redirection International, especialista em consultoria para fusões e aquisições, revelou que a bioeconomia e a consolidação do Brasil como uma superpotência verde são em grande parte dependentes do avanço na criação de um mercado de carbono e na implementação de práticas de agricultura sustentável.
Com base em dados de fontes públicas variadas, como anúncios governamentais e projeções de consultorias globais, a pesquisa destaca que o mercado de créditos de carbono poderia gerar para o Brasil receitas na ordem de R$ 590 bilhões no período até 2030. O economista Adam Patterson, da Redirection International, compara o Brasil à ‘Arábia Saudita’ no âmbito do comércio global de carbono, dada a magnitude das oportunidades vislumbradas.
A expansão da agricultura sustentável, que já se configura como uma fonte-chave de renda nacional, deverá movimentar cerca de R$ 344 bilhões nos próximos anos. Além disso, a pesquisa aponta que o desenvolvimento de hidrogênio verde e de biocombustíveis, bem como o de energias renováveis e a transformação da indústria sustentável, poderiam fortalecer significativamente a posição do Brasil no cenário verde mundial.
Patterson menciona a importância estratégica do país no contexto da transição energética e da descarbonização da economia global, destacando, inclusive, a recente presidência do Brasil no G20 como um fator que pode impulsionar sua liderança em bioeconomia. A área de fusões e aquisições também se favorece com o fortalecimento de uma economia mais verde e com a expansão do mercado de créditos de carbono.
O relatório transmite uma visão otimista dos potenciais desenvolvimentos, mas considera, por outro lado, as incertezas no mercado de carbono, principalmente em relação aos preços futuros e metodologias que ainda serão adotadas. Nesse cenário menos favorável, ainda assim, estima-se um volume de negócios verdes de aproximadamente R$ 570 bilhões até o fim da década.