Estratégias nacionais de bioeconomia nos países do G20 e da OCDE: Compartilhando experiências e comparando políticas existentes

Estratégias Nacionais de Bioeconomia nos Países do G20 e OCDE: Compartilhando Experiências e Comparando Políticas Existentes

O desenvolvimento de uma bioeconomia sustentável é um pilar crescente para a prosperidade econômica dentro dos objetivos das políticas ambientais globais. Com a visão de uma bioeconomia circular comprometida com a descarbonização e a regeneração ambiental, mais de 50 nações elaboraram estratégias nacionais de bioeconomia personalizadas ou políticas voltadas para uma bioeconomia sustentável. O artigo “Estratégias Nacionais de Bioeconomia nos Países do G20 e da OCDE: Compartilhando Experiências e Comparando Políticas Existentes” discute o desenvolvimento e a diversificação das estratégias de bioeconomia em escala global, ressaltando o compromisso crescente com a transição para uma economia mais verde e sustentável. O artigo destaca a variedade de abordagens adotadas, refletindo diferentes prioridades e contextos nacionais. Cita exemplos como a Itália, que segue indicadores-chave de desempenho da UE, a Finlândia com seu monitoramento setorial anual da bioeconomia e a África do Sul, que foca na contribuição da bioeconomia para o PIB, com ênfase na segurança alimentar e desenvolvimento empreendedor.

Um desafio central abordado é a falta de uma definição unificada de bioeconomia, o que complica o monitoramento e a comparação internacional. O artigo aponta a necessidade de desenvolver indicadores práticos e adaptados para avaliar o desempenho e a sustentabilidade das estratégias de bioeconomia, algo que países como Áustria, Noruega e Canadá estão procurando definir.

O estudo destaca a integração crescente entre bioeconomia e economia circular, principalmente na Europa, onde essa associação é fundamental para a regeneração ambiental e a promoção da sustentabilidade. A União Europeia, por exemplo, atualizou sua estratégia de bioeconomia em 2018 para enfatizar a sustentabilidade e a circularidade, com mais de dez estados-membros já possuindo estratégias dedicadas e vários outros em processo de desenvolvimento.

A importância da cooperação internacional é enfatizada, com a FAO e a União Europeia trabalhando para estabelecer diretrizes e indicadores comuns. A iniciativa da FAO “Rumo a diretrizes de bioeconomia sustentável“, apoiada pelo governo alemão, visa ajudar países a desenvolver estratégias, programas e planos de ação circulares sustentáveis.

O artigo também aborda a transição para a neutralidade de carbono, destacando a gestão de carbono como uma abordagem holística para considerar o carbono como um recurso limitado. Entender as limitações do uso de terra e água na bioprodução e o consumo de energia na reciclagem de carbono são aspectos essenciais para informar políticas eficientes de gerenciamento de carbono.

Finalmente, o artigo conclui ressaltando a necessidade de ações de pesquisa e políticas para superar a dificuldade em medir atividades econômicas e sustentabilidade, sugerindo a possibilidade de uma parceria público-privada internacional para decidir sobre indicadores-chave e sistemas de coleta de dados. A falta de uma definição unificadora de bioeconomia é vista como um obstáculo que precisa ser superado para demonstrar aos governos os retornos econômicos do investimento no conceito. Aqui estão algumas recomendações finais e diretrizes para trilhar este caminho:

1. Definir Objetivos Claros: É essencial começar com uma visão clara e objetivos específicos. Cada país ou região deve identificar suas próprias prioridades, recursos disponíveis e desafios únicos. Isso inclui decidir se o foco será na sustentabilidade ambiental, inovação tecnológica, desenvolvimento econômico, segurança alimentar ou uma combinação destes.

2. Aprender com Experiências Internacionais: O estudo mostra a importância de olhar para as experiências de outros países. Analisar diferentes abordagens e modelos pode fornecer insights valiosos e evitar possíveis armadilhas. No entanto, é importante adaptar essas lições ao contexto local, ao invés de copiá-las integralmente.

3. Cooperação e Parcerias: Desenvolver parcerias estratégicas, tanto a nível nacional quanto internacional, é crucial. A colaboração entre governos, indústria, academia e sociedade civil pode enriquecer a estratégia e garantir que ela seja abrangente e viável.

4. Desenvolvimento de Indicadores de Monitoramento: Estabelecer indicadores para monitorar o progresso e avaliar a eficácia da estratégia de bioeconomia é vital. Estes indicadores devem ser realistas, mensuráveis e alinhados com os objetivos gerais da estratégia.

5. Flexibilidade e Adaptação: As estratégias de bioeconomia devem ser flexíveis para se adaptar às mudanças nas condições econômicas, tecnológicas e ambientais. Isso também inclui a capacidade de incorporar novas descobertas científicas e feedback das partes interessadas.

6. Engajamento Público e Conscientização: Para garantir o sucesso a longo prazo, é fundamental envolver o público e aumentar a conscientização sobre a importância da bioeconomia. A educação e a comunicação eficaz podem fomentar o apoio público e a participação ativa na transição para uma bioeconomia sustentável.

Por fim, a implementação de uma estratégia de bioeconomia bem-sucedida requer uma abordagem holística e integrada, que leve em conta as peculiaridades de cada nação, e precisa estar fortemente embasada nas ambições da nação e nas capacidades que pretende desenvolver durante sua implantação.

Fonte: L. Gardossi et al., “Bioeconomy national strategies in the G20 and OECD countries: sharing experiences and comparing existing policies”, EFB Bioeconomy J., p. 100053, abril de 2023. Consult. 2023-11-27. Disponível: https://doi.org/10.1016/j.bioeco.2023.100053

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