Empreendedores da Amazônia, com destaque para o engajamento feminino, estão no epicentro da inovação ao desenvolver produtos que aliam pesquisa, tecnologia e inovação, fortalecendo a bioeconomia da região. Entre eles, destaca-se a bióloga Andrea Waichman, que através da sua startup de cosméticos Darvore, introduziu um bálsamo redutor de oleosidade utilizando copaíba e tucumã – matérias-primas extraídas de forma sustentável na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã no Amazonas. Inovações como a criação de cápsulas nanométricas com bioativos amazônicos demonstram o potencial de substituir materiais sintéticos por opções 100% naturais, agregando valor aos recursos da biodiversidade local.
Essas iniciativas se enquadram na visão do Bio-recurso da bioeconomia, impulsionando novas cadeias de valor e a gestão consciente do extrativismo. Waichman, nascida na Argentina e há mais de 25 anos enraizada no Amazonas, também apresentou um hidratante facial, que corrobora com a perspectiva de que a associação entre ciência e consciência ecológica pode gerar negócios viáveis e sustentáveis.
Por outro lado, Raquel Tupinambá, bióloga e doutoranda em antropologia social, juntamente com sua irmã, estão revitalizando a cultura e o conhecimento ancestral tupinambá. Em seu território, na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, desenvolveram um vinho de mandioca e outros produtos derivados, destacando-se pela valorização da produção local feminina e pelas práticas sustentáveis no uso dos recursos.
Essas histórias sublinham a relevante atuação das mulheres na economia da região, apesar de enfrentarem desafios ligados à desigualdade de gênero e à necessidade de maior diversidade e inclusão nos espaços de liderança e inovação. A narrativa do empreendedorismo feminino Amazonida está em curso, com protagonistas como a farmacêutica Samara Rodrigues da Pharmakos D’Amazônia, que lidera uma empresa de base tecnológica, densenvolvendo produtos cosméticos e alimentares que fazem uso da rica biodiversidade amazônica.
O projeto Amazônia 2030 mostrou dados relevantes, como a exportação de 955 produtos entre 2017 e 2019, dos quais 64 são ‘compatíveis com a floresta’, destacando o potencial econômico das práticas sustentáveis. Além disso, o primeiro edital da Iniciativa Amazônia +10, promovido pelo Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap), selecionou 39 projetos que irão receber um total de R$ 42 milhões para fomentar a colaboração e a inovação, evidenciando que a região tem ‘várias Amazônias’ repletas de oportunidades e desafios a serem superados.
Fonte: https://revistapesquisa.fapesp.br/mulheres-empreendem-e-criam-novos-produtos-na-amazonia/