O Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro, experienciou um alarmante crescimento de 238% em alertas de desmatamento no mês de novembro, em comparação com o mesmo período de 2022, conforme dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Tal incremento representa a mais alta taxa registrada para o mês de novembro desde 2017, ano em que se iniciou esse tipo de monitoramento por satélite, elevando a área com alertas de desmatamento para 571,6 km², em contraste com os 168,87 km² reportados previamente.
Conhecido globalmente como a savana de maior biodiversidade do planeta, o Cerrado agora enfrenta uma séria ameaça, conforme apontam ambientalistas. Registrando o maior índice de desmatamento anual desde 2015, o Cerrado viu a perda de impressionantes 11.011 km² de sua vegetação nativa entre agosto de 2022 e julho de 2023. Este cenário é preocupante, sobretudo em virtude dos possíveis impactos negativos que uma degradação acelerada do bioma pode ter sobre a agricultura e sobre o abastecimento de água, aspectos fundamentais para a sustentabilidade das atividades humanas e da biodiversidade local.
A expansão do desmatamento no Cerrado contrasta com os dados observados na Amazônia Legal, onde houve uma queda expressiva de 63,7% nos alertas de desmatamento no mesmo mês, o nível mais baixo para novembro desde o início dos registros em 2015. No acumulado dos primeiros 11 meses do ano, a redução alcançou 50,5%, totalizando 4.977 km², o menor nível para o intervalo desde 2018, mesmo com o bioma enfrentando uma seca histórica, que trouxe consigo níveis baixíssimos nos rios e riscos de incêndios ligados ao desmatamento.
Com um olhar direcionado ao futuro do Cerrado e à urgência de priorizar medidas de conservação, especialistas enfatizam a necessidade de atenção às ações no Cerrado, ressaltando que a destruição do bioma coloca em risco a segurança hídrica e a capacidade de produção agrícola no país. Nesse contexto, o Brasil, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sinaliza o desejo de reassumir o papel de líder na defesa do meio ambiente, buscando retificar o rumo que o país vinha seguindo na gestão ambiental e intensificar as ambições climáticas.
No plano internacional, durante a Conferência do Clima em Dubai (COP28), o presidente Lula expressou o comprometimento do Brasil com o meio ambiente e a disposição do país em ‘liderar pelo exemplo’, objetivando a redução drástica e a eliminação do desmatamento na Amazônia até 2030, reforçando assim não apenas a importância da responsabilidade ambiental, mas também o papel potencial do Brasil como uma nação comprometida com soluções sustentáveis globais.
Fonte: https://www.dw.com/pt-br/desmatamento-no-cerrado-cresce-238-em-novembro/a-67675264
