Brasil na vanguarda do financiamento climático: a jornada do G20 até a COP30

Como nação líder dos debates financeiros e climáticos globais, o Brasil se vê diante de uma oportunidade única para guiar e fortalecer o financiamento climático mundial. No cerne deste cenário está a transição do país para a presidência do G20 e sua futura responsabilidade enquanto anfitrião da COP30. Estes eventos solidificam o papel influente do Brasil na definição de um futuro sustentável comprometido com a resiliência climática.

O financiamento climático, destacado como pilar essencial na luta contra as mudanças climáticas, demanda uma mobilização efetiva e global de recursos. O diálogo de alto nível realizado em 1º de março de 2024, envolvendo o Instituto Clima e Sociedade (iCS), o Climate Policy Initiative (CPI), o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e o CONCITO, identificou a necessidade premente de se ampliar a eficácia desse financiamento para suportar uma transição econômica resiliente e inclusiva, nomeando o Brasil como peça-chave nessa estratégia.

Em meio à urgência de modificar a trajetória das emissões globais de carbono, o Brasil é convocado a maximizar sua influência, explorando o território fértil para ações nacional e internacionalmente conjugadas. Com um PIB global contendo apenas 1% de financiamento climático, concentrado em economias avançadas e na China, a desigualdade na distribuição de recursos para países emergentes e em desenvolvimento torna-se um fator crítico. A realidade sombria da crise fiscal e dívida nestas nações sublinha a importância de uma governança transformativa na qual o Brasil é agora protagonista.

Os caminhos para essa transformação incluem a possibilitação de reformas pelos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento (BMDs), a revisão do papel do Fundo Monetário Internacional (FMI) nas questões climáticas e a estimulação da colaboração internacional. A presidência brasileira possui a valiosa função de promulgar recomendações e incentivos que direcionem investimentos, reconhecendo os riscos climáticos e antimodelos de desenvolvimento obsoletos.

A importância simbólica e prática da formulação de uma plataforma nacional como instrumento das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) pelo Brasil é enfatizada, podendo inspirar iniciativas similares no G20. A plataforma brasileira, alinhada aos objetivos do Acordo de Paris e focada na totalidade econômica, poderá promover o desenvolvimento sustentável e a geração de projetos investíveis, sendo exemplo concreto até o onset de 2025.

Em áreas como a tributação internacional, o financiamento da natureza e a adaptação climática, o Brasil tem como moldar o futuro das estratégias do G20, instigando mecanismos inovadores e propondo soluções holísticas que visam não apenas a mitigação do risco, mas a prosperidade humana e ambiental. Considerando também a aceleração do custo global inerente à inação climática, o estímulo à reflexão orçamentária e a responsabilização por impactos são essenciais.

O horizonte do G20 está se expandindo para abranger as infraestruturas da ação climática e a evolução do financiamento, com um foco cada vez mais intenso na adaptação e uma perspectiva financeira consciente. Como resultado, o Brasil se destaca como uma força capaz de impulsionar a bioeconomia internacional e local, erguendo-se como líder de um futuro resiliente e sustentável.


Fonte: https://www.climatepolicyinitiative.org/pt-br/publication/fortalecimento-da-implementacao-do-financiamento-climatico-o-caminho-do-brasil-na-presidencia-do-g20-a-cop30/

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