Na vanguarda das iniciativas de bioeconomia e sustentabilidade, o Brasil anuncia um plano ambicioso para a recuperação de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas entre 10 e 15 anos. Este projeto, parte essencial da agenda sustentável do Brasil na COP 28 em Dubai, destaca-se como um esforço significativo em resposta aos desafios climáticos globais e à demanda por práticas sustentáveis no setor agrícola.
A entrevista com Marcelo Morandi, chefe da assessoria internacional da Embrapa, revela detalhes sobre a estratégia do Brasil para atingir esses objetivos ambiciosos. A recuperação de pastagens degradadas é uma estratégia chave, já presente no Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono), que visa integrar áreas com potencial produtivo, tanto agrícola quanto pecuário, no sistema de produção, sem avançar sobre áreas de vegetação nativa. Essa abordagem não só possibilita a expansão da produção agrícola mas também contribui para a redução de emissões de gases de efeito estufa e o sequestro de carbono.
O Brasil, com sua experiência acumulada em tecnologias como correção do solo, fertilização e integração de sistemas, possui uma base sólida para implementar estas práticas. Contudo, Morandi aponta uma questão crítica: o financiamento. Embora o país seja um exemplo em sustentabilidade, o apoio financeiro internacional não corresponde ao necessário para avançar nessas iniciativas. No entanto, há sinais positivos de interesse por parte de investidores internacionais na capacidade produtiva do Brasil.
O papel da Embrapa na COP 28, conforme explicado por Morandi, é multifacetado. A instituição participa tanto da promoção de tecnologias sustentáveis brasileiras, como da negociação de compromissos formais do Brasil com a convenção de mudanças climáticas. A Embrapa apresentará o Plano ABC, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), e outras tecnologias relacionadas a bioinsumos, reforçando o compromisso do Brasil com a redução de emissões e a incorporação de práticas sustentáveis na agricultura.
Esta entrevista com Marcelo Morandi reforça a posição do Brasil como um líder em iniciativas de bioeconomia e práticas agrícolas sustentáveis. O país se posiciona estrategicamente para atender à crescente demanda global por alimentos produzidos de maneira responsável e sustentável, alinhando-se com os objetivos mais amplos de desenvolvimento sustentável e redução do impacto climático.
Fonte: Brasil na COP 28: programa de recuperação de pastagens degradadas é um dos destaques (Canal Rural)