Um novo capítulo na gestão sustentável da Amazônia se inicia com a liberação de R$ 9,8 milhões para projetos que aliam a proteção ambiental ao desenvolvimento econômico das comunidades indígenas. Essa verba, oriunda do Fundo Amazônia e gerida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é o combustível para o lançamento de um edital ambicioso que visa apoiar 30 novos projetos comandados por organizações indígenas. Este é um marco significativo para estas comunidades, reconhecendo-as como protagonistas no cuidado e uso sustentável de seus territórios.
Ao potencializar a economia indígena com valores que variam de R$ 200 mil a R$ 400 mil por projeto, o edital busca abarcar temas essenciais como a recuperação de danos ambientais e o uso sustentável dos recursos naturais. Esta iniciativa não somente valoriza as práticas ancestrais que asseguram a conservação da biodiversidade, mas também direciona um foco econômico estratégico para áreas muitas vezes negligenciadas.
A diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, destaca a importância da reativação deste fundo e do apoio à agenda indígena como um ato estratégico para o combate ao desmatamento na Amazônia Legal. De fato, dadas as estatísticas que indicam um nível inferior a 2% de desmatamento em terras indígenas em 2022, torna-se ainda mais evidente a relevância do papel tradicional dos povos indígenas como guardiões da floresta.
O projeto, denominado Projeto Dabucury, não foi o único a ser contemplado com os recursos do Fundo Amazônia, relatando uma cifra geral que ultrapassa os R$ 147 milhões dedicados a iniciativas indígenas desde a retomada do fundo em 2023. O compromisso é expansivo, refletindo um investimento que supera os valores dirigidos nesta categoria entre os anos 2009 e 2018. As novas aprovações, como o robusto projeto Redes Indígenas da Amazônia, criado pela TNC Brasil em conjunto com a Coiab, solidificam a influência e a gestão indígena sobre suas terras.
A seleção dos projetos será realizada por comitês especializados, garantindo transparência e uma participação efetiva das comunidades. Complementar a isso, o site do Fundo Amazônia mantém um registro detalhado das iniciativas, não só assegurando a rastreabilidade dos recursos, mas também a visibilidade das ações e seus impactos positivos no bioma e na vida dos povos indígenas. A iniciativa transcende o apoio financeiro e se estende à formação, através de oficinas para construção coletiva dos projetos e capacitação na gestão e prestação de contas, fortalecendo as habilidades de autogestão desses povos.