A expansão dos garimpos ilegais e a crescente onda de violência pintam um quadro sombrio na Amazônia, colocando em xeque a segurança dos povos indígenas e a integridade deste ecossistema vital. Registros alarmantes, como o assassinato de dois indígenas Yanomamis em 2020, evidenciam a gravidade da situação, agravada pelo trânsito de homens armados que infundem terror nas comunidades, limitando atividades essenciais como a caça e agricultura.
Conforme relatos, os garimpeiros disseminam não só o medo mas também práticas deploráveis de agressão sexual e trabalho escravo, muitas vezes com o envolvimento involuntário de jovens das comunidades. Estes, ao aceitarem presentes como armas, tornam-se peões em um tabuleiro onde seus próprios povos são oponentes. Entre os dados coletados, 35% das mortes nos últimos dez anos relacionadas a comunidades indígenas foram violentas, revelando a dimensão sombria enfrentada por estes grupos.
A precariedade da segurança nas águas também é alarmante. Os denominados ‘piratas dos rios’, associados ao tráfico de drogas, impõem um estado de constante medo, afetando o deslocamento seguro e a própria estabilidade territorial das comunidades ao longo dos rios. Tais elementos se combinam com a deficiência de políticas públicas de segurança, criando um ambiente onde o desamparo impera.
Além disso, há uma conexão perturbadora entre o tráfico de drogas e o desmatamento, cunhada no termo ‘narcodesmatamento‘. Segundo o Relatório Mundial de Drogas de 2023 da ONU, o tráfico alimenta a destruição florestal por meio do reinvestimento em terras e atividades agropecuárias, exacerbando a perda de cobertura vegetal.
É explicitado que a vasta disponibilidade de recursos naturais da Amazônia facilita as atividades de redes criminosas, aproveitando-se da fiscalização frágil e da ausência de alternativas econômicas. Tais desafios demandam respostas governamentais efetivas tanto no âmbito federal quanto estadual e municipal para a salvaguarda da segurança e da integridade tanto dos povos indígenas quanto do próprio bioma da Amazônia.
Fonte: https://www.ecodebate.com.br/2024/01/17/violencia-e-crimes-ambientais-ameacam-a-amazonia/