A transição para um modelo agrícola sustentável é uma jornada complexa e multifacetada, inclusive no Brasil, que graças à ciência e ao esforço coletivo, faz progressos significativos. A mudança do paradigma produtivista para uma agricultura ambientalista ilustra o esforço do país em adaptar-se às necessidades de uma era de conscientização ecológica.
Entendendo a sustentabilidade como a capacidade de atender as necessidades atuais sem comprometer as gerações futuras, o agronegócio brasileiro se depara com dilemas prementes. Como o quarto maior produtor mundial de alimentos e responsável por aproximadamente 27% do PIB nacional em 2021, o Brasil enfrenta o desafio de aumentar a produtividade de modo sustentável, uma tarefa de enormes proporções, pricipalmente em um país com indíces preocupantes de emissões de gases do efeito estufa e degradação do solo, sem menosprezar o uso intensivo da água na agricultura e possíveis efeitos adversos dos agroquímicos na saúde humana.
No entanto, iniciativas positivas emergem no horizonte. A legislação ambiental do Brasil é louvada internacionalmente e a logística reversa de embalagens plásticas de agrotóxicos serve de exemplo para o mundo. As práticas conservacionistas do solo, como o manejo conservacionista, o plantio direto, e a proteção de nascentes e rios, demonstram comprometimento com a preservação ambiental. Além disso, estratégias agrícolas inovadoras têm sido aplicadas visando a eficácia, como o mapeamento da fertilidade do solo e a aplicação de adubos com taxa variável.
A fixação biológica do nitrogênio na cultura da soja, uma tecnologia destacada pela Embrapa, e a liderança mundial do Brasil na utilização de bioinsumos indicam avanços consideráveis. São práticas que promovem o manejo integrado de pragas e doenças e sustentam um sistema de produção equilibrado. A adoção dessas tecnologias não só acarreta benefícios ambientais como também econômicos, reduzindo a demanda por fertilizantes nitrogenados.
Projeções para o futuro do agronegócio brasileiro apontam para o protagonismo na questão do decarbonização da economia global. Com os pilares ESG ganhando relevância, o país apresenta potencial para se tornar um grande produtor de combustível sustentável, além de liderar na mitigação e sequestro de carbono através de soluções climáticas naturais. Projetos de restauração florestal em áreas de pastagem degradadas se apresentam como avenidas promissoras de investimento e remoção de carbono da atmosfera.
Por fim, a colaboração do Brasil na agricultura sustentável não apenas impacta positivamente o desenvolvimento econômico e social, mas contribui de maneira significativa na redução da pegada de carbono mundial e no avanço para uma era mais sustentável no agronegócio.
Fonte: https://www.agtechgarage.news/como-a-agricultura-brasileira-avanca-na-era-da-sustentabilidade/
