A proteção das florestas tropicais é considerada crucial para atingir as metas climáticas estabelecidas no Acordo de Paris. A região Pan-Amazônica destaca-se como uma oportunidade transformadora de posicionar-se como catalisadora de uma economia de baixo carbono. Diante disso, emerge um novo paradigma, onde o Amazonas exemplifica o que seria uma socio-bioeconomia voltada para as pessoas e o planeta.
Os interesses globais estão cada vez mais voltados para a região amazônica devido à crise climática global e às consequências do desmatamento dessas florestas, que coloca em risco as metas do Acordo de Paris. Diante da perda acelerada das florestas tropicais, questiona-se como desbloquear todo o potencial da Amazônia e seu papel em uma estratégia de desenvolvimento que concilie o crescimento social e econômico com a sustentabilidade ambiental.
O atual estado da Amazônia é alarmante, com desmatamento e efeitos agravados pelas mudanças climáticas, como temperaturas mais altas e incêndios mais frequentes e intensos. Esse cenário demonstra a necessidade urgente de soluções de gestão sustentáveis e inovadoras. Uma abordagem de socio-bioeconomia demonstra um caminho promissor, conciliando cadeias de produção sustentáveis, proteção do patrimônio genético, valorização do conhecimento comunitário tradicional, criação de empregos e geração de renda e adaptando-se às mudanças climáticas.
A bioeconomia baseada na floresta já existe, mas ainda não atingiu toda a sua capacidade. Entre as oportunidades destacam-se o desenvolvimento de superalimentos, a fabricação de borracha natural, produtos baseados em conhecimentos indígenas tradicionais, pesquisas científicas avançadas e o turismo sustentável. Além do uso direto da biodiversidade, empresas orientadas pela tecnologia apresentam um grande potencial para compor um ecossistema de inovação dinâmico e competitivo na região, atuando em áreas como energia, água, logística e gestão de incêndios.
Para ativar esse ecossistema de inovação, é necessário mais apoio para desenvolver um pipeline de negócios qualificados na região. Uma visão compartilhada de desenvolvimento sustentável deve ser o objetivo comum entre governos, corporações, empreendedores, aceleradoras, incubadoras, comunidade científica, provedores de capital e comunidades locais. É também essencial estabelecer redes de conhecimento para intercâmbio de ideias e aprendizagem compartilhada.
O ecossistema socio-bioeconômico da Amazonia representa uma valiosa oportunidade para que os países da região impulsionem o crescimento econômico sustentável, aprimorem condições sociais e conservem a biodiversidade. Para tornar este potencial uma realidade, no entanto, exige-se um esforço coordenado e investimento estratégico em pesquisa e desenvolvimento, infraestrutura e formação de uma cultura empreendedora e inovadora.