2024: O ano do financiamento verde e da exigência em dados ESG

Na esteira de uma agenda verde robusta, o ano de 2024 promete ser marcado pelo avanço do financiamento verde e pela maior exigência de dados no contexto de ESG (Environmental, Social, and Governance). Um dos principais fatores para essa transformação é a implementação das normas do International Financial Reporting Standards (IFRS), validadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em outubro deste ano, lançadas globalmente em junho e que estipulam padrões para o reporte de informações financeiras voltadas para a sustentabilidade.

Essas normas são parte do que se denomina plano de transformação ecológica e deverão ser adotadas por empresas de capital aberto, listadas na B3, exigindo a publicação de relatórios especiais a partir de 2026. Esta iniciativa do governo enquadra-se parfaitamente no movimento global em busca de práticas sustentáveis e transparentes no ambiente corporativo.

Assim, espera-se que em 2024 as grandes empresas passem a buscar adequação às novas diretrizes, influenciando também pequenas e médias empresas, em uma resposta à demanda por informações mais comparáveis no campo do ESG. A integração dessas práticas de sustentabilidade na estratégia de negócios de uma empresa é vista cada vez mais como algo essencial, superando a perspectiva de agendas paralelas.

A contabilidade de carbono, especialmente após a sua aprovação na Câmara dos Deputados no final de dezembro, é outro tema destacado como tendência para 2024. Essa prática, que se distingue das soluções convencionais de fim de cadeia, como reciclagem, enfatiza a importância de modelos de negócios que evitem a geração de resíduos e que auxiliem na regeneração da natureza.

Além disso, o crescimento da pauta energética sustentável, incluindo produção de hidrogênio verde e desenvolvimento de biocombustíveis, também é esperado. A COP-28 destacou a necessidade das empresas reverem e acelerarem seus planos de transição energética. Investimentos em inovações como inteligência artificial e proeminência no cenário internacional de países como a Arábia Saudita, que buscam liderança na bioeconomia, complementam o panorama para o futuro próximo.

No campo empresarial nacional, o engajamento no âmbito ESG já começa a ser uma preocupação palpável entre os pequenos e médios empresários, muitas vezes impulsionado pela demanda de grandes corporações. Esta integração da bioeconomia na estratégia geral dos negócios, inclusive em termos de regulamentação, se mostra necessária e deverá ser fortalecida.

Por outro lado, observa-se um certo ceticismo quanto ao posicionamento do Brasil como líder da bioeconomia, frisando que, apesar do potencial do país, há ainda um caminho a ser trilhado, marcado por um histórico de atraso em relação a debates e iniciativas sustentáveis. A expectativa é que o foco possa se ajustar da regulamentação para a ação prática, visando resultados concretos na transição para uma economia verde.


Fonte: https://www.terra.com.br/economia/financiamento-verde-e-cobranca-por-dados-devem-ser-destaques-da-pauta-ambiental-de-esg-em-2024,4f1d5691dcf0b61b584af15e1386a2c4rbswbure.html

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